3 de ago. de 2010

Diário de Viagem 3 - nota matinal

Consegui acordar às 5 da manhã. Tomei um banho, fechei a mala (ainda bem que deixei a maior na casa de Julie, ontem) e vim para St Pancras. Aliás, preciso pedir desculpas, pois não deu para tirar a foto de dentro da estação - acabei deixando a máquina no fundo da mochila.

Cheguei à estação, tomei um macchiato (acreditem, café aqui é sinônimo de coisa italiana) e fiz o check-in, que na verdade é encostar o código de barras no leitor e passar pela catraca (roleta, pra quem é do Rio de Janeiro). Aí, pensei, viria a pior parte, que é a imigração francesa. Uma vez vistoriada a bagagem - passei sem problemas pelo raio-x, chego no guichê da imigração. Como estava vazio às seis da manhã, escolho o funcionário que me parece menos antipático, capricho no sorriso e mais ainda no "bonjour" e... nada! Nem um sorriso de volta, nem uma resposta, coisa nenhuma - começo a acreditar que os franceses, de fato, não têm senso de humor (que meu amigo Philippe, que me espera na Gare du Nord, não leia isso). Entrego o passaporte e espero pela saraivada de perguntas que virão - não vêm. Ele olha o documento, vê a foto, chancela a minha entrada e o devolve. Ainda arrisco um "merci beaucoup" com o meu melhor sorriso e... ainda nada. Um verdadeiro robô. Mas começo a achar que foi melhor assim. Não levei nem um minuto nesse processo e alguém simpático poderia, na verdade, esconder um funcionário disposto a sacanear um brasileiro indo de Londres para Paris.

Ontem, depois de muito correr para baixo e para cima, ter visitado a faculdade e resolvido o tal problema com o email deles, fui entregar minha mala grande para Julie, minha amiga inglesa que mora em Walthamstow, que é a última estação da linha de metrô Victoria. Acabei ganhando um jantar na casa dela. Seu filho, que quando finalmente o conheci dois anos atrás tinha 14 anos e já era alto, ficou ainda mais alto perto de completar 16. Ainda bem que não me arrisquei a levar uma camisa da seleção de novo.

Tive que interromper um pouco. Estava no lounge da estação quando abriram a chamada para o trem. Agora estou devidamente sentado na janela 71 do carro 2 do trem de alta velocidade que vai partir daqui a 6 minutos. Ainda tenho conexão aqui dentro. Bárbaro! As pessoas estão excitadas. Ouço sotaques de americanos, britânicos, gente falando espanhol - bastantes visitantes espanhóis em Londres. O trem é confortável, mais do que o avião, de fato. E isso porque é um assento de segunda classe - equivalente à econômica de um vôo. A 'mesinha' é grande o suficiente para caber um note, por exemplo.

Bem, estou com pouca bateria (o adaptador universal que o Uéliton me emprestou não é tão universal, assim - não serve para as tomadas inglesas). E já soou o aviso de que o trem vai partir e que as portas serão fechadas. Vamos ver o quanto corre esta belezinha (que já está um pouco gasta, é preciso dizer. Quando eu desembarcar vou tentar tirar uma foto). And here we go!!!!!

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